POESIA de VICTOR SERRA
Neste meu blog de Poesia vou colocando alguns poemas meus um pouco ao acaso e conforme me apetece apenas com o critério de eu gostar do Poema ou ele ter um significado especial.



VIDEO DE VICTOR SERRA


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POEMAS



Foto de Luis Mendonça

EM CADA LAÇO QUE EMBARAÇA A TUA PELE
Para : Graça Moura


Nua nas dunas do vento
E na língua de fogo da gruta
Que me engole o mar
Fonte da tua fonte
Em cada gesto

Toco no canto da muralha
Abro no meio da floresta
Num casulo de precipícios
Na mina de todos os lugares

Em cada percurso de linho bordado
São mãos dentro de mim
Em cada laço que embaraça a pele
Tocando o sol onde nasce a luz

E pela ponta dos teus dedos
Bebo o néctar dos teus seios
Para te incendiar cada prazer
Riacho desaguando devagar

Na lua perdida e aberta ao fogo


Victor Serra
11/4/2011























Foto : marcelo carrera branco

NO BRANCO DA SAUDADE

De pele é a luz do encanto
De sede é o prazer e o horizonte


Por onde me perco e me vou
Na busca da fonte e do tempo perdido

Nos lábios bebo o mel das flores
E nas arpas oiço o silvo do prazer
Quando te perdes e libertas dos silêncios

Vou sempre devagar e lentamente perder-me em ti
Como quem escala e busca uma gruta na montanha
E deixo levar-me pelo corpo nu e belo da entrega

Sinto-me como deus amando o universo e as estrelas
E quando mais te libertas em mim... mais vou voando
Voando como quem voa para o planar no paraíso

É belo acordar no branco do altar e sentir o mosto
Descendo pela brancura dos teus seios
Enquanto o arfar do desejo se encontra nas tuas mãos de fada
E no meu corpo possuído por ti

Leva-me sempre como quem leva uma flôr entre os dentes
Numa dança de me pendurares numa nota de música
E deita-me como quem deita um cristal

Vem trazer-me os dedos e as mãos deslizando em mim
Como quem procura algo que nunca tenha encontrado
E perde-te no mais belo dos prazeres


Victor Serra
27/9/2010
















a.brito

Uma Vida Num Saco Plástico

Coloquei uma vida dentro
Uma dúvida e um beijo
Um pedaço de sol e o teu olhar
Cobri de camisas e peúgos usadas
E coloquei num espaço pequeno
O meu grande amor por ti

Fui dando corda
Aos atacadore dos meus sapatos
E mudei de terra

Já não me deitava com o nascer do sol
Nem ouvia os gatos acordarem ao som dos pássaros

Desfrutava de ameixas vermelhas de prazer
E eras a mais bela de todos os meus amores

Tinha colocado o sonho na lua
E o amor era o que de mais belo acontecia
Nem me lembrava já como era viver sózinho

Trazia-te comigo todos os dias
Embrulhada em baba de camelo
Para te saborear os seios
E fui teu como nunca fui de ninguem

Tinha encontrado os lenços de acordar borboletas
E na cama de linho desfrutavas de mim
Como nunca eu tinha desfrutado de ninguem
Atado com túlipas de beijos

Não me deixes ficar em nenhum saco de plástico
Nem me reduzas a copos de um qualquer bar
Quero encontrar-te todas as noites no meu corpo
E nunca mais ter de mudar os sacos da minha vida
Nem sentir que o espaço não é meu.............

Victor Serra
12/4/2010
























Foto :victor serra

ANGÚSTIA

Desfraldo no vento a memória
Hesito em me encontrar com as nuvens
Enrolo-me no pensamento do passado
E vou pelo teu corpo descendo
Para me encontrar na gruta dos pássaros
E pintar de branco a descoberta do sol

Pinto riscos de giz nas dobradiças
Ato os nós das cordas do embaraço
E espero os dias do meu perfil
Nas coxas suadas do horizonte

Só me resta tomar de ti os lábios
Sentir a tua boca e a língua da cobra
No descamisar da pele nas dunas do início
Deste medo que me envolve de perder o jardim

Que lado da noite viajo para te encontrar
Que lado dos templos fica o paraíso
Para onde vai o regresso das camas desertas
De onde me deito e depois me levanto
Para te levar coberta de seda
Como se eu acreditasse em fantasmas

Monta as éguas brancas em direcção
Às angústias
Vai desenhando palavras nas tuas perólas
Trás conchas fechadas de poemas
E desejos em todas as madrugadas
Porque não quero
mais fugir de mim

Victor Serra
10-2-2010


a.brito

CORPOS

Encontro no teu ventre
O sonho de me perder
E nos teus lábios
Acordo todas as madrugadas

Descendo pela tua pela
E pelo teu corpo
Entendo como se levanta
O vulcão do teu prazer

Rasgo a fúria
De me fechares nas tuas pernas
Enquanto brota de dentro de ti
O rio que leva o néctar
À floresta das túlipas

Somos amantes das cavernas
E das trompas que tocam
Num rufar de pernas e abraços
Deitados no chão das montanhas

Quero possuir-te na concha dos deuses
Em espaços para não adiar o amor
Inventando lugar de encanto
Em camas de todos os prazeres


Victor Serra
2/2/2010


a.brito

O MEDO

Noite de jangadas e de medos
Tempo que resta para encontros
Enquanto o silêncio se apodera
Do que inventamos nos jornais

Como se o tempo da outra senhora
Voltasse tranquilamente alienando
As memórias de já não sentirmos nada
Do que nos cala... e vamos consentindo

Mas nada nos calará a revolta
Que trazemos nas palavras
Nem somos acomodados do deixa andar
E sabemos... quem nos empurra para o abismo

Victor Serra
24-11-2009



POEMAS de VICTOR SERRA

a.brito




O Infinito
Dentro do encanto das palavras
E do vento que rasga o nevoeiro
Encontro as velas dum veleiro
Desfraldadas numa bandeira
Com sonhos e utopias de poetas
E loucos de jaulas desenhadas
Para lá do horizonte entre as nuvens
Escondemos percursos de marés
E descobrimos o infinito do destino

Para onde nos levam as mãos da vida
Os cacos das conchas dos nossos búzios
Os corpos desnudados dos desejos
E a chama que apagamos todos os dias

Somos restos raros de percursos e silêncios
Fomos mortos que não se deixam liquidar
25 maneiras de sermos marionetes
Com tudo o que se cala na magia do fantástico
Só nos resta os náufragos da nossa história
E o vento que não leva o pensamento
E nos deita na memória

E nos corpos nus de todos os encontros

Victor Serra
27/1/2009


IMAGEM

São as palavras e os gestos da beleza e do prazer
Conventos de encantar deusas e corpos de mulher
Voar pelas nuvens que seguram o encanto e o véu
De quem pode perder-se e achar-se em vida como eu


Restam restos de me perder e de me achar
Tal como tu és... podes vir a ser uma imagem
Mais bela do que nos acontece e nos pode acontecer
Neste romance quem vem do tempo da escola
Para percorrer caminhos de traços e belezas belas


Como bela é a imagem que pregaste no céu.....
Voando pelas nuvens que seguram o encanto e o véu


Quem pode perder-se e achar-se em vida como eu
Restam restos de me perder e de me achar
Tal como tu és... podes vir a ser uma imagem


Mais bela do que nos acontece e nos pode acontecer

Neste romance quem vem do tempo da escola
Para percorrer caminhos de traços e belezas belas
Como bela é a imagem que pregaste no céu.....


Victor Serra .
24-8-2009

Luis Mendonça

DESENCONTRO

Vou pelas palavras em viajem
Para lá do mar...
Ao encontro dos silêncios


É longe o horizonte das estrelas
No vento e na voz dos poetas
Não encontro as conchas para pousar os pés
E atravessar sem me afogar no som da tua voz


Não sei quem me levou
ao encontro do tempo
Nem como hei-de voltar
A pregar os Açores no teu coração
Ao som dum fado que te dei esta madrugada


Vou pela rota das descobertas
Na proa das caravelas que levam flores
Para adornar o azul dos teus cabelos
E quero perder-me na deusa das sereias
E ser a utopia dos percursos e dos caminhos


E se um dia me apetecer escrever
Vou encontrar-te à espera... à espera....
Na pele dos lírios e no encanto da loucura


Victor Serra



POESIA VEJA OS VÍDEOS







" À NOITE "






" O Violoncelo "








... desencanto....




MANIFESTO II

Olá como vão?
Certamente à espera de melhor?
Não deste regabofe terrorista de mercado
Em que já nos mandam nascer noutro país
Fomos criados a obedecer… e a não destablizar
Para isso inventaram os deuses
O pai, o professor, o patrão e o chefe
Liberdade... é só metade…
Horários, compromissos, e assuntos inadiáveis.
As regras, as leis, as cadernetas escolares
Os cartões de ponto, a catequese, e os boletins de voto
É a forma de normalizar e de condicionar o homem
Conforme as conveniências do império.
Inventaram as escolas para nos ensinar

Aquilo que não queremos aprender
E nas escolas adquirimos o conhecimento
Para servirmos o poder conforme lhes convém
Somos educados para o lucro e para o poder
Por isso até inventaram a opus-dei
A maçonaria e o poder do império.
Terrorismo é formar... economistas
Trocando o homem pelo lucro
Que fazem uns cada vez mais ricos
E outros cada vez mais pobres.
Terrorismo é desprezar o homem
A cultura e a arte dum povo
As bibliotecas deveriam ter pessoas

Para irmos lá perguntar coisas
E nas escolas faríamos centros para trocar
Conhecimentos
Para onde nos levam?

Quando nos dizem que é preciso construir o país
Quando estão a destrui-lo todos os dias
E a vendê-lo ao retalho
Retirando direitos fundamentais
Como seja o direito à preguiça
Terrorismo é terem-se apoderado

Do poder de um povo sem o respeitarem
Terrorismo é trabalhar com salários de fome

E permitir a nova escravatura ao serviço do capital
E proteger os ladrões dos patrões
Os horários desonestos, e a incerteza do futuro.
Com teorias que mais não são do que razões
Para existir um estado de corrupção
Com medo pela liberdade.
É ou não terrorismo usar bombas e guerras

E ter soldados armados para combater outros homens?
Não autorizei que me escutem as conversas

Que me controlem e que me vigiem
Nem quero protecção
Eu tenho é que me proteger
Dos governos que me governam
Dos presidentes e outros ministros
Dos concelhos de administração dos bancos
Que me roubam todos os dias
E das polícias que não precisam de existir
Apenas servem
Para manter este poder terroristas
Que governa todos nós
Todos os que lutam pela liberdade

Somos terroristas para os poderes do império
Certamente… depois deste poema
Serei terrorista subversivo
E terei fichas e as informações no poder
Que limitam a liberdade
É certamente terrorismo de estado

Viva a Liberdade

Victor Serra
MANIFESTO I
RECITAL DE POESIA
de VICTOR SERRA
na Associação José Afonso em 17 Nov. 2010


POEMAS
Para onde vai o riacho
Que corre pela nossa vida ?

E que podemos fazer para encantar
Este silêncio que parte todos os dias à nossa frente
Enquanto esperamos que o vento nos abrace

Victor Serra
20-10-2008


ATLÂNTICO

Que buscas na memória do encontro ?
Que resta de ti p'ra me encontrares ?
Porque saltas o oceano sem tocares a tua ilha ?
Que esperas da cidade ao pôr do sol ?
Que encontro no corpo do teu jardim ?

Serão pétalas que vão cobrir o poeta
Enquanto desces os percursos do mel
E vens dormir na pele dum cometa ?

Que trazes na mão para te dares ao sol
E entrares no calor do fogo que arde
Por dentro de mim

Deita-te na lua devagarinho
Para não acordares a noite

Leva-me a tocar-te o fio que separa esta distância
E quero perder-me no teu linho com sabor a rosas
E reter-te nos meus braços... e derreter-me
Como derretem as montanhas de gelo
Para lá do atlântico

Victor Serra
28 /10/2008


PRINCESA da FLORESTA

Corpo por entre as árvores da floresta
Deliciosamente encantando os pássaros

Porque apenas leva uma fita vermelha

Pendurada nos cabelos para travar o vento

Abraça todas as árvores que encontrares

Á procura duma pétala de vento


Apanha amoras selvagens
No cesto do regaço de um homem
Contra os seio desnudados do prazer

E sente o calor da pele que arde

Na fogueira que ilumina a noite


E depois já cansada ao sabor da brisa

Um cântico traz o som das águas

E o sabor do rio que desce a montanha

Para mergulhares nua em águas

Doces de mel cuado... e peixes de rubi


E no fim da floresta repouso de encanto
Nos teus braços de mulher .... amando

Como quem ama um vulcão renascido

Da montanha dos silêncios.



Victor Serra
31-10-2007

Escrevo com pele
Na tua pele um poema

Retalho no teus seios
Como um artesão de palavras

E entro para lá dos silêncios
Nas bocas de mel coado

E se as palavras
São êxtase que embalam os corpos

Escuta a sinfonia dos meus lábios
E fechas-me dentro da tua mão

Como um deus fecha o paraíso
Ao prazer dos mistérios

Victor Serra
2/3/06


Não há palavras para inventar um homem
Nem poetas que amem as palavras
Num sonho fomos um dia pelo vento
Nesta memória que nos faz viver o tempo

Victor Serra
30/12/2005

Que é feito dos pássaros da noite
Que voam de asas caladas
Sobre a fonte da sede
De encontrar o silêncio

Victor Serra
5/6/2006

Vai à janela....
E olha para o mundo

E vê como ele é grande
Grande mesmo...

E tu não estás no fim da fila
Vais em direcção ao nada

E nem reparas no que passa por ti

Victor Serra
1-2-2006

CARNAVAL DUMA UTOPIA

Quando o carnaval acaba
Arrumamos a máscara
E voltamos a ser as pessoas
Que fazemos de conta
Que somos todo o ano

Que é feito do fato que cobrimos
De falsos brilhantes
Para sermos mais ricos nesses dias ?

Voltamos ao marasmo dos deuses
E às boas acções com bons comportamentos para não sair da norma

E somos máscara de nós mesmo... sempre

Sorri menina vestida de princesa
E com valsa marcada para dançar um dia
No salão das túlipas.

Victor Serra
21/2/07

Vem olhar o mar dentro duma vela
Que enrola o teu corpo de mulher
E se te apetecer seres uma sereia
Dentro de um búzio no fundo do mar
Molha-te de beijos e de algas
E afagar o nu do meu corpo

E vem do fundo da gruta
No prazer numa estrela
Dar luz ao encanto
Do teu oceano de fogo
Que brilha no prazer
Bem no fundo... nos corais

Deste percurso por cima do mar

Victor Serra
3/10/06


VOA
É longe o espaço no meio das tuas pernas
E vais penetrando estrelas no deserto
E comes na vela desnudada do teu ventre

E bebes na fonte donde brota o mel
São canas que descascas na pele dum homem
E nas frestas onde guardas restos de desejos
Vais nua pela copa das árvores
E come os frutos que tocam os teus lábios
E guardas o sumo que me vais entornar pela pele.

Eu sou o teu lagar e o mosto que pisas e montas
Como um cavalo na eira dos teus apetites
Descamisando fendas e varas de seixos
Baraços que atam corpos de musas deitada de bruços
Ao som do rufar da pele entrando como tochas de fogo

E penetra erecta a luz num uivo dum grito
Onde sobram mãos por dentro das grutas
E seios são fontes de rios e néctar dos deuses
Com penas de ternura

Deixo que voes sobre mim
Como um pássaro selvagem
E oiço o teu grito a fulminar o prazer.

Victor Serra
7/9/2007


Penetra um dedo na boca do vulcão
E queima tudo o que te apetecer
Até sentires a lavra incandescente
Escorrer-te pela mão em brasa
Sente o calor das cinzas pintando os apetites
Até te excitares com o eco das tuas palavras
Batendo na montanha em frente
Para retomares o prazer um pouco mais adiante
Como se luz fosse tão bela no seu percurso
Que vais ouvir todas as noites
O cântico da sereias.

Victor Serra
2/11/2007

Quando o silêncio abraça o vazio
E nos leva pela noite dentro
Sem encontrar o lado belo da vida
Nem o desenho que trazias nas palavras
Do teu corpo
Vai pelo lado certo da floresta
E troca poemas com os pássaros
E toma a seiva das àrvores

Victor Serra
1/11/2007

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victorbokage@iol.pt












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